Ana Kovalick no Parque internacional.
Em meados do século XX, havia uma área entre duas
cidades, chamada Areal ( terreno de areia), que era utilizada para práticas de
esportes. Em 1940 quando foi realizada a demarcação dos limites entre os dois
países e utilizando o método vigente da época o “divisor de águas”, as águas
uniam-se justamente no Areal. Foi então que surgiu a grande ideia de construir
um parque binacional para uma perfeita integração entre os povos de dois
países. A pessoa que caminhar pelo parque estará no Brasil e ao mesmo tempo no
Uruguai.
O Parque Internacional foi inaugurado em 26 de fevereiro
de 1943, em plena Segunda Guerra, enquanto na Europa por causa da guerra os
países se digladiavam e se dizimavam... Aqui na América do sul acontecia o
contrário eles se uniam na construção de uma área de lazer para o bem comum
entre os povos.
Sua construção tem traços marcantes da Maçonaria, que
contribuiu fortemente para realização do Parque com três planos de manifestações ( físico, astral e espiritual).
No centro do Parque encontra-se o Chafariz, com águas
luminosas e coloridas, inspirado na Revolução francesa simbolizando igualdade.
O Parque Internacional é um símbolo e orgulho para todos
nativos da região e pelos turistas que ali visitam para fins comerciais, turístico e
familiar.
Estive na segunda quinzena
de agosto de 2014, para fins de visitação familiar e na oportunidade resolvi
passear pelo Parque Internacional, onde tenho muitas recordações da infância, os
arbustos (Marmelinos ou Buxus sempervirens) de origem mediterrânea, tinham formas e desenhos.
Ao entrar pelo parque me deparei ao abandono, muito mal
cuidado, o relógio do obelisco há anos está parado ( indicando que ali tudo
parou mesmo), estruturas sofridas pela ação das intempéries, lixo nas área
verdes, lâmpadas quebradas os bancos sujos nem dá para sentar, nada agradável não
sei se é cultural ou culpa da secretaria do meio ambiente ou problemas de
gestão do Parque pela falta de manutenção.
É um parque charmoso, principal ponto turístico, marco da
união entre países, um belo recanto verde, as árvores lindas e históricas. Recanto
verde para tomar chimarrão, fotografar e fazer caminhadas. É triste ver um
local que poderia ser melhor cuidado. O fato que é um verdadeiro descaso e
abandono.
Corrigir projetos e revisar o poligonal do Parque que
está dividido em três partes, mas os principais eventos de manifestações culturais
só ocorrem na primeira parte ao longo do Largo Hugolino Andrade, deixando de
lado as outras. Deixo aqui a minha sugestão de lazer e conservação. Revitalizar
é preciso, conservando sempre esse que é patrimônio binacional que muito serviu de orgulho para o Brasil e
Uruguai. Principalmente para nós, filhos da fronteira mais irmã de todas. Fique
bem, Ana Paula Kovalick.