quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Parque internacional

Ana Kovalick no Parque internacional.
Em meados do século XX, havia uma área entre duas cidades, chamada Areal ( terreno de areia), que era utilizada para práticas de esportes. Em 1940 quando foi realizada a demarcação dos limites entre os dois países e utilizando o método vigente da época o “divisor de águas”, as águas uniam-se justamente no Areal. Foi então que surgiu a grande ideia de construir um parque binacional para uma perfeita integração entre os povos de dois países. A pessoa que caminhar pelo parque estará no Brasil e ao mesmo tempo no Uruguai.
O Parque Internacional foi inaugurado em 26 de fevereiro de 1943, em plena Segunda Guerra, enquanto na Europa por causa da guerra os países se digladiavam e se dizimavam... Aqui na América do sul acontecia o contrário eles se uniam na construção de uma área de lazer para o bem comum entre os povos.
Sua construção tem traços marcantes da Maçonaria, que contribuiu fortemente para realização do Parque com três planos de manifestações       ( físico, astral e espiritual).
No centro do Parque encontra-se o Chafariz, com águas luminosas e coloridas, inspirado na Revolução francesa simbolizando igualdade.
O Parque Internacional é um símbolo e orgulho para todos nativos da região e pelos turistas que ali visitam para fins comerciais, turístico e familiar.







Estive na segunda quinzena de agosto de 2014, para fins de visitação familiar e na oportunidade resolvi passear pelo Parque Internacional, onde tenho muitas recordações da infância, os arbustos (Marmelinos ou Buxus sempervirens) de origem mediterrânea,  tinham formas e desenhos.
Foto meramente ilustrativa

Comerciantes locais vendiam rapaduras de amendoim bem quentinhas que na época de minha infância a carrocinha era puxada por um animal (burrinho),  essas rapaduras eram tão famosa quanto o cavalinho da praça. Onde as crianças tiravam fotos. Quem não tem uma foto em cima daqueles cavalinhos de praça? Ou no obelisco?
Para minha surpresa, encontrei um vendedor de rapadurinha.





Ao entrar pelo parque me deparei ao abandono, muito mal cuidado, o relógio do obelisco há anos está parado ( indicando que ali tudo parou mesmo), estruturas sofridas pela ação das intempéries, lixo nas área verdes, lâmpadas quebradas os bancos sujos nem dá para sentar, nada agradável não sei se é cultural ou culpa da secretaria do meio ambiente ou problemas de gestão do Parque pela falta de manutenção.

É um parque charmoso, principal ponto turístico, marco da união entre países, um belo recanto verde, as árvores lindas e históricas. Recanto verde para tomar chimarrão, fotografar e fazer caminhadas. É triste ver um local que poderia ser melhor cuidado. O fato que é um verdadeiro descaso e abandono.

Corrigir projetos e revisar o poligonal do Parque que está dividido em três partes, mas os principais eventos de manifestações culturais só ocorrem na primeira parte ao longo do Largo Hugolino Andrade, deixando de lado as outras. Deixo aqui a minha sugestão de lazer e conservação. Revitalizar é preciso, conservando sempre esse que é patrimônio binacional  que muito serviu de orgulho para o Brasil e Uruguai. Principalmente para nós, filhos da fronteira mais irmã de todas. Fique bem, Ana Paula Kovalick.
Dois Países, duas bandeiras, um só sentimento, uma só língua PORTUNHOL= Português e Espanhol.
Lado esquerdo Brasil. Lado direito Uruguai.